Darrera modificació: 2023-02-16 Bases de dades: Sciència.cat
Oliveira da Silva, André Filipe, "Cronologia dos surtos portugueses da segunda pandemia de peste (séc. XIV–XVII): importância e problemas", dins: Esteves, Alexandra - Silva, Helena da (coords.), Olhares cruzados sobre história da saúde da Idade Média à Contemporaneidade, Braga - Guimarães, Lab2PT - Coleção Paisagens, Património & Território / Investigação, 2022, pp. 12-21.
- Resum
- Estudar epidemias e surtos de peste em Portugal faz-se sobretudo em forma de monografia, com um local e uma data, ou com foco na comunicação política entre autoridades, mormente Coroa e poderes municipais. Contudo, compreender um fenómeno como uma doença epidémica recorrente, com uma etiologia complexa e cujo ciclo de enzoótico-epizoótico-epidémico depende de uma intrincada rede de fatores ambientais e humanos, exige muito mais. A Segunda Pandemia de Peste, designação aplicada ao ciclo de infeções que se prolonga no Velho Mundo entre a Peste Negra de meados do século XIV e o início do século XIX, é a mais impactante das três convencionalmente definidas. Porém, a cronologia segura e documentada dos seus surtos em Portugal está por fazer. Tarefa aparentemente simples, o estabelecimento de uma cronologia rigorosa de surtos é fundamental por vários motivos: uma análise documental com amostra alargada e transversal a todo o território nacional permitirá reconstituir uma geografia dinâmica da doença, sobretudo nos surtos com impacto em todo o reino; consequentemente, esta geografia dinâmica permitirá construir uma cartografia igualmente dinâmica, representando rotas de propagação, padrões de difusão, de sazonalidade e de clima que raramente são claro nas análises tradicionais a um surto estudado numa única cidade. O sucesso desta empreitada permitirá ainda colocar questões inéditas, como a possível focalização da peste em território português, com a manutenção de depósitos de bactérias em meio enzoótico, criando condições para pequenos surtos independentes de qualquer introdução por via marítima ou pela fronteira castelhana. Os desafios metodológicos são múltiplos: desigualdade de informação ao longo dos séculos, verosimilhança da identificação da doença, fragmentação de testemunhos, entre outros. Mas a consciência das limitações deverá conduzir à adoção de ferramentas que, por um lado, matizem essas limitações, e, por outro, nunca as omitam ou ignorem, permitindo assim um conhecimento mais profundo e completo de um fenómeno histórico tão impactante.
- Matèries
- Història de la medicina
Medicina - Pesta i altres malalties
- URL
- https://www.academia.edu/96106882/Cronologia_dos_su ...
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